Mês do orgulho LGBTQIAPN+ e a luta por direitos no Brasil
- Onfire Pop
- 3 de jun.
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Junho é um mês de celebração, visibilidade e, acima de tudo, de luta para a comunidade LGBTQIAPN+.

Em todo o mundo, diversas passeatas e manifestações marcam o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, um período para reafirmar a importância da diversidade sexual e de gênero e para lutar contra a discriminação e a violência.
No Brasil, essa luta ganha contornos ainda mais urgentes, diante de dados alarmantes sobre a LGBTfobia.
A revolta de Stonewall: o marco histórico do orgulho
A escolha de junho como o Mês do Orgulho não é aleatória. Ela remete a um evento crucial na história do movimento: a Revolta de Stonewall, ocorrida na madrugada de 28 de junho de 1969, em Nova Iorque.
Naquela noite, um grupo de homens homossexuais, frequentadores do bar Stonewall Inn, decidiu enfrentar a repressão e a violência policial que frequentemente sofriam.
Confinados dentro do estabelecimento, eles receberam o apoio massivo de uma multidão de gays e lésbicas que se uniram ao protesto do lado de fora.
Esse ato de coragem e resistência se tornou um divisor de águas, catalisando o surgimento de movimentos organizados em prol dos direitos LGBTQIAPN+ e inspirando a criação das primeiras paradas do orgulho em diversas cidades do mundo.
A partir de então, junho se consolidou como o mês para recordar essa revolta e celebrar a identidade e a resiliência da comunidade.
Desvendando a sigla LGBTQIAPN+
A sigla LGBTQIAPN+ representa a vasta diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero existentes. Ela evoluiu ao longo do tempo para incluir e dar visibilidade a diferentes grupos.
Antigamente, nos anos 1990, era comum a sigla "GLS" (Gays, Lésbicas e Simpatizantes). Contudo, com o avanço dos movimentos sociais e a busca por maior representatividade, a sigla foi se expandindo para abraçar a complexidade da experiência humana.
Hoje, a sigla significa:
Lésbicas
Gays
Bissexuais
Travestis e Transexuais
Intersexuais
Queer
Assexuais
Pansexuais
Não-binários
O + inclui outras identidades e orientações que não se encaixam nas categorias anteriores, reafirmando a inclusão e o reconhecimento de todas as formas de amar e ser.
A luta contra a homofobia no Brasil: desafios e conquistas
No Brasil, as passeatas e manifestações do Mês do Orgulho são um grito por cidadania e direitos. A comunidade LGBTQIAPN+ ainda enfrenta uma dura realidade de violência e discriminação. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base no Disque 100 de 2017, revelam a gravidade da situação:
73% dos estudantes LGBTs afirmaram ter sido vítimas de violência verbal.
36% dos estudantes LGBTs relataram ter sofrido violência física.
Além disso, as denúncias feitas por pessoas LGBTQIAPN+ ao Disque 100 apontam para as seguintes formas de violência:
Violência psicológica: 35%
Discriminação: 35%
Violência física: 20%
Apesar do cenário desafiador, houve uma conquista significativa para a comunidade. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão histórica: por 8 votos a 3, a LGBTfobia tornou-se crime no Brasil. A discriminação contra homossexuais e transexuais agora é equiparada ao crime de racismo, com pena prevista de 1 a 3 anos de prisão, além de multa. Essa medida representa um avanço crucial na proteção dos direitos e na busca por justiça para a população LGBTQIAPN+.
Celebre o Mês do orgulho LGBTQIAPN+
O Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ é um lembrete de que a luta por respeito, igualdade e segurança continua. É um convite para que toda a sociedade se una na construção de um país mais inclusivo e livre de preconceitos.
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